A saudade tem cheiro
Hoje, enquanto caminhava pelas rua em direcção ao metro, senti um aperto no coração. Havia um cheiro no ar a palha e a lume que me fez recordar os meus avós. Cheirava àquela aldeia entre Castro Daire e Lamego, onde passei tão bons momentos. Cheirava à felicidade que pairava no ar sempre que visitava aqueles que amava. Cheirava a saudade.
Senti um misto de alegria e de angústia que me percorreram o peito...uma lembrança agridoce.
Senti as lágrimas escorregarem-me pela cara, senti necessidade de voltar atrás no tempo, de voltar a viver esta recordação, mas o tempo não recuou.
Subitamente, o cheiro da saudade foi desaparecendo entre os odores a combustível lançados pelas viaturas que iam passando na estrada até deixar de se sentir, por completo.
A saudade tem cheiro e desconfio que também tenha braços, porque aperta.